
A música sempre teve um papel especial na minha vida, mas nunca imaginei o quanto ela poderia se tornar uma ponte tão poderosa entre gerações. Meu avô sempre foi apaixonado por música. Ele tinha um jeito especial de se perder nas melodias, revivendo momentos da juventude como se fossem ontem. Foi através da música que encontrei uma forma de nos conectarmos ainda mais. E foi assim que começamos a dançar juntos.
Dançar em casa com ele se tornou muito mais do que uma simples atividade. Era um momento de troca, de riso fácil e de histórias contadas entre um passo e outro. No início, tudo era muito espontâneo. Ele começava a cantarolar uma música antiga e, antes que percebêsse, já estávamos de pé, seguindo o ritmo. Com o tempo, percebi que a dança estava trazendo algo muito maior do que diversão: era um verdadeiro elixir para sua saúde e felicidade.
Benefícios da Dança que Pude Perceber
A cada vez que dançávamos, meu avô parecia mais disposto. Notei que sua postura melhorava, seus passos ficavam mais firmes e até seu equilíbrio parecia melhor. Ele mesmo dizia que se sentia mais leve e com mais energia. Mais do que isso, percebi o impacto da dança na sua mente. Quando tocavam músicas da sua juventude, seus olhos brilhavam de uma forma diferente. Ele se lembrava de pessoas, lugares e momentos que, talvez, já estivessem adormecidos na sua memória.
Além do aspecto físico e mental, dançar juntos nos aproximou ainda mais. Era um momento só nosso, em que nos divertíamos sem pressa e sem preocupação. Foi assim que percebi o quanto a dança também tem um papel social. Era uma forma de compartilhar emoções e experiências de maneira leve e natural.
Como Criamos Nossa Playlist Perfeita
Com o tempo, percebi que a escolha das músicas fazia toda a diferença. A primeira vez que tocou “Emoções”, do Roberto Carlos, ele fechou os olhos e sorriu. Aquele sorriso me mostrou que havíamos acertado em cheio. Comecei a selecionar músicas que fizessem parte da sua história. Boleros, sambas antigos, bossa nova… tudo aquilo que trazia boas recordações.
Algumas das músicas que mais gostávamos de dançar eram:
“Besame Mucho” – Ray Conniff
“Can’t Help Falling in Love” – Elvis Presley
“Garota de Ipanema” – Tom Jobim
“Asa Branca” – Luiz Gonzaga
“Dancing Queen” – Abba
Cada uma delas trazia uma nova memória, uma nova história para compartilhar. E, às vezes, era incrível ver como ele se emocionava ao ouvir uma canção que remetia à sua juventude.
Pequenos Cuidados para um Momento Seguro e Confortável
Com o passar do tempo, percebi que, para que a experiência fosse ainda mais prazerosa, alguns cuidados eram necessários. Garantia que o espaço estivesse livre de objetos que pudessem causar tropeços, ajustava o volume da música para que ele ouvisse bem sem se incomodar e sempre observava se ele se sentia confortável durante a dança.
Uma coisa que aprendi é que hidratação é essencial. Mesmo que os passos fossem leves, dançar exige energia, e sempre deixávamos um copo de água por perto. Além disso, optamos por fazer dessas sessões algo regular, criando um momento especial para dançar ao menos duas vezes por semana.
Uma Lembrança para a Vida Toda
Se tem algo que aprendi com meu avô, é que a felicidade mora nas coisas mais simples. Ver ele se divertindo, sorrindo e compartilhando lembranças enquanto dançávamos foi uma das experiências mais bonitas que pude viver ao lado dele. E, quando ele me disse que se sentia jovem novamente enquanto dançava, percebi que nada poderia ser mais valioso do que aqueles momentos.
Hoje, sempre que escuto as músicas que costumávamos dançar juntos, sinto um calor no coração. São memórias vivas, cheias de amor e cumplicidade. E se eu puder dar um conselho para quem tem um avô ou uma avó por perto, é esse: coloquem uma música para tocar, ofereçam a mão e deixem-se levar pelo ritmo. Porque dançar juntos é mais do que um simples movimento do corpo, é um movimento da alma.